quarta-feira, 26 de maio de 2010

APRESENTAÇÃO

A Ginástica Rítmica e os Trampolins são modalidades que remontam já aos primórdios da Humanidade e hoje são praticada em todo o Mundo por milhões de pessoas.
Após o primeiro desafio de elaborar um blog sobre a Ginástica Acrobática e Ginástica Artística, criamos uma segunda pesquisa sobre a Ginástica Rítmica e Trampolins. Criamos neste blog os textos, que podem ser consultados de acordo com o índice da barra lateral direita.
Tal como os blogs anteriormente criados por nós (link na barra lateral), também este, nasce para dar a conhecer um pouco sobre a modalidade, abrindo espaço de partilha para todos a dialogarem connosco, ora através de comentários deixados directamente nas postagens, ora através do mail disponível na barra lateral direita. A opinião de todos é importante...

1. BREVE ABORDAGEM HISTÓRICA

Não é fácil definir a verdadeira origem da Ginástica Rítmica (GR) como modalidade desportiva porque, tal como em todos os desportos a sua origem é confusa, diversa, não regulamentada e pouco relatada na pré-história e até mesmo na Antiguidade.
Pensa-se que a GR surgiu na Europa Central relacionada com a evolução dos diferentes sistemas gímnicos, “a corrente rítmica” da ginástica e foi inicialmente designada como “Ginástica Rítmica Moderna” (Bobo e Sierra, 1989 in Cardoso, 2009).
É com G. Noverre (1722-1810) e François Delsarte (1811-1871) que surgem os elementos da dança relacionados com a GR. A esta combinação permite usar as diversas partes do corpo humano como forma de exprimir a sua estética, sendo por isso essencialmente uma actividade feminina. É uma força de expressão surgiu não apenas como método da ginástica mas também como auxílio aos actores da época para encontrarem posições naturais e gestos mais expressivos. (Llobet, 1998 in Cardoso).
Segundo Carvalho (2009) após vários anos de estudo François Delsartes tentou estabelecer uma certa relação entre as emoções do homem, seus gestos e mímica, por ele redigidos nos “princípios da ciência estética”, surgindo a GR.
As obras de Delsarte e seus discíplos constituiram como base para a ginástica elaborada por L. Alexéeva, muito popular na Rússia nos anos 30. O seu sistema de “Ginástica Harmoniosa” presta muita atenção às composições originais, improvisações e bailes desportivos (Lisitkaya, 1995 in Carvalho, 2009).
Emil Jacques Dalcrouse (1865-1950), séc. XX, desenvolveu um sistema denominado de Eurítmica que definiu como a arte de expressar a música através do movimento do corpo (Bobo e Sierra, 1989 in Cardoso, 2009). Considerado o profesor de teoria musical porque o seu método consistia em colocar o corpo humano em movimento ao serviço da expressão, da emoção e da construção musical.
A bailarina Isadora Duncan (1878-1929), contribuiu para o processo de criação da Ginástica Moderna. Defendia que a ginástica era a base de toda a educação física e preparava os seus alunos de dança com exercícios gímnicos baseados na naturalidade, nos quais os giros, os saltos e as ondulações do corpo eram fundamentais (Llobet, 1998 in Cardoso, 2009).
Rudolf Bode (1881-1971) cria a “Ginástica Moderna” através das influências que se faziam sentir por toda a Europa Central. Este além de utilizar a dança em simbiose com os movimentos gímnicos incluia no seu método aparelhos manuais como o bastão, a bola e o tambor (Bobo e Sierra, 1989 in Cardoso, 2009).
A obra de R. Bode chama atenção a toda a Europa e rapidamente se alastra. Seguidor prepotente de R. Bode foi Heirich Medau (1890-1974) introduziu à música, à dança e aos movimentos gímnicos os aparelhos portáteis, como a bola, o arco e maças, constituindo um conjunto harmonioso. As suas teorias e sistemas de movimento foram divulgados nos Jogos Olímpicos de Berlim (1936) (Llobet, 1998 in Cardoso, 2009).
Tal como descrito anteriormente a GR surgiu não regulamentada. Posteriormente surgiu um Código de Pontuação (CP) que foi desenvolvendo bases, regras e normas específicas até se definir aos dias de hoje. Segundo Carvalho (2009) podemos destacar 3 períodos de desenvolvimento da GR:
1- inicialmente caracterizava-se pela formação da GR como meio de Educação Física para as mulheres (1947-1963);
2- iniciou-se o CP, criou-se uma comissão técnica de GR conjunta com o comité técnico feminino da F.I.G. Desde então realizam-se sistematicamente competições internacionais, incluindo os Campeonatos do Mundo (desde 1963) e Europeus (desde 1989);
3- a GR foi incluida nos Jogos Olímpicos, o que se prolonga até aos dias de hoje (1984).

2. A GINÁSTICA RÍTMICA COMO MODALIDADE

A GR é um desporto que visa não só o rendimento, mas também a produção de um espectáculo, que incorpora características da dança, da ginástica artística e de actividades desportivas de manipulação e que visa a combinação perfeita entre a música, o movimento corporal e o movimento dos aparelhos (Cardoiso, 2009).
Segundo Carvalho (2009), a GR de competição diferencia-se de outras modalidades pela manipulação dos aparelhos portáteis (cordas, bolas, arcos, maças e fitas). Pelo valor simbólico e expressivo dos movimentos corporais podemos considerar que é uma modalidade essencialmente feminina.
A GR para alguns autores divide-se em duas vertentes dimensionais: uma de dimensão desportiva e outra de dimensão artística. Diz-se que é desportiva por abranger um elevado grau de competição. A GR está evidentemente sujeita às leis do desporto sendo regulamentada por um código muito específico (Código de Pontuação FIG), no qual se determinam um conjunto de regras e normas que devem ser respeitadas. A dimensão artística é extremamente evidente pois é a que manifesta o prazer estético que proporciona ao espectsdor. Nesta dimensão, a ginástica converte-se numa manifestação artística que, cumprindo os princípios da harmonia, procura expressar e comunicar emoções ideais.
Segundo Cardoso (2009) a música surge da perfeita combinação entre a músuca, o movimento corporal expressivo e o movimento dos aparelhos portáteis.
A música é o que gera a ideia e estilo dos elementos de ligação e suas combinações, para além de ser o que determina a estrutura global marcando a velocidade e o tempo de execução dos movimentos, estimulando a expressividade da ginasta (Cardoso, 2009).
O movimento dos aparelhos portáteis (arco, bola, corda, fita, maças) exige uma cumplicidade permanente entre a ginasta e o aparelho (Mendizábal, 2000 in Cardoso, 2009). A ginasta com o treino e experiência vai criando uma simbiose perfeita entre o seu corpo e o aparelho de tal forma que, nalguns momentos, este parece totalmente integrado como mias um segmento corporal e, noutros, opondo-se ou distanciando-se para pôr em relevo o movimento corporal (Bobo, 1998 in Cardoso, 2009).



Para Cardoso o aumento do reportório dos movimentos corporais das ginastas foi enrenquecido devido ao aumento das capacidades físicas das atletas e pelo carácter inovador da GR, graças à qual surgem novas formas de movimento, aspecto que se bonifica com a originalidade.
Os elementos corporais são a base de todos os exercícios da GR. Devem ser realizados em coordenação com o manejo do aparelho que obrigaram a criação de um Código de Pontuação. É através deste código que se faz uma apreciação ao nível do valor do exercício (as dificuldades corporais com o manejo do aparelho determinam o grau de dificuldade; e ao nível da qualidade de execução).
Na GR o equipamento mais utilizado pelas ginastas é o fato completo de lycra (com ou sem mangas; com ou sem saia) mas também é possível utilizar maillots (com ou sem manga; com ou sem saia). Para dar ênfase à estética das suas represetações a ginastas habitualmente combinam as cores do fato com as cores dos aparelhos. O tempo de cada exercício e os escalões variam da seguinte forma:

3. CARACTERIZAÇÃO DOS APARELHOS

3.1. A Corda
3.2. O Arco
3.3. A Bola
3.4. As massas
3.5. A Fita

3.1. A CORDA

É o aparelho de maior execução dinâmica mas possivelmente o menos vistoso dos cinco da Ginástica Ritmica (Cardoso,2009).
A espectacularidade e a dificuldade do manejo da corda aumenta consoante a alteração e interacção dos diferentes grupos de elementos. Podem realizar – se:
- com corda aberta ou dobrada;
- com saltos e saltitares;
- com lançamentos e recepções;
- com escapadas de uma ponta;
- com rotações ou giros;
- com uma ou duas mãos;
- com ou sem deslocamentos;
- em diferentes direcções e planos;
- com balanços, circunduções, movimentos em oito, velas, expirais, enrolamentos ou batimentos e moinhos.
Todos estes movimentos devem seguir determinadas técnicas genéricas. O ginasta deve manter o desenho da corda e respeitar a continuidade do movimento não permitindo o contacto da corda no solo ou no corpo.
Devido ao elevado grau de execução dos diferentes movimentos, a corda deve ter algumas características específica:
- deve ser leve e flexível;
- o tamanho da corda deve ser proprcional à altura do ginasta;
- as extremidades podem ter nós e serem cobertas de material anti-deslizante de cor neutra;
- o diâmetro da corda pode ser uniforme ou variável (mais grossa na parte central), não ultrapassando os 10cm de diâmetro;

Grupos Fundamentais:
- Saltos; Saltitares.

Outros Grupos:
- Balanços; Circundações; Rotações; Movimentos em oito; Lançamentos; Escapadas.

3.2. O ARCO

A consistência do material, assim como a sua forma redonda, oferece à ginasta possibilidades infinitas de manipulação. Só a relação perfeita entre o dinamismo e a velocidade do movimento do aparelho com a amplitude articular corporal permite a correcta execução técnica (Cardoso, 2009).
Assim sendo, temos vários grupos de elementos técnicos tais como:
- as passagens através e por cima do arco;
- os rolamentos no corpo ou no solo; as rotações em torno de uma mão ou de outra parte do corpo;
- as inversões;
- os lançamentos e recpções;
- os balanços;
- as circunduções e os movimentos em oito.
Todos os elementos técnicos podem e devem ser executados com uma ou duas mãos, em diferentes planos e direcções, em apoio sobre um ou dois pés, etc.
Fisicamente o arco deve possuir as seguintes características:
- deve ser de madeira ou de material plástico;
- deve ser rígido para não se dobrar;
- possui um diâmetro inferior a 80/90 cm;
- deve possuir um peso minímo de 300g;
- normanlmente é coberto por adesivo colorido;
- pode ter qualquer cor excepto dourado, prateado e bronzeado (Carvalho, 2009).

Grupos Fundamentais:
- Rolamentos no solo e no corpo; Rotações (na mão ou noutra parte do corpo; em torno do eiuxo do arco); Lançamentos.

Outros Grupos:
- Circundações; Movimentos em oito; Passagem por dentro ou por cima do arco.


3.3. A BOLA

Este aparelho é o que cria maior simbiose no movimento corpo-aparelho os seus elementos técnicos baseam-se numa coordenação corporal específica do movimento da bola no prolongamento do corpo.
A bola deve manter-se em qualquer parte do corpo, principalmente na palma da mão, como se estivesse em permanente equilíbrio. Os elementos técnicos que se podem executar são:
- os balanços;
- as circundoções;
- os movimentos em oito;
- as inversões com ou sem movimento circular dos braços;
- rotações da mão em torno da bola;
- lançamentos e recepções;
- rolamentos sobre o corpo ou no solo.
Na execução destes elementos técnicos a bola deve ressaltar no corpo ou no solo, os batimentos devem ser activos acompanhando o movimento da bola com a mão. Nos lançamentos é necessário deixar a bola sair da mão passando a ponta dos dedos efectuando recpções sem barulho e novamente pela ponta dos dedos.
A bola, tal como todos os aparelhos, deve obdecer a um conjunto de características específicas:
- deve ser de plástico flexível (material sintético);
- deve ter um diâmetro entre 18 a 20 cm;
- deve pesar no minímo 400g;

Grupos Fundamentais:
- Lançamentos; Batimentos Activos; Rolamentos no solo e no corpo.

Outros Grupos:
- Batimentos passivos;
- Circundações; Movimentos em oito;
- Bola em equilíbrio sobre uma parte do corpo.